segunda-feira, 30 de maio de 2011

Relatório Laranjeiras I

A excursão inicia quando saímos de casa no município de Heliópolis às 05h00min, chegamos a Poço Verde e infelizmente tivemos o contratempo de esperar até as 07h50min tentando resolver um problema com o transporte que foi conseguido junto à prefeitura, mas que não apareceu na hora combinada, ou seja, às 06h15min, daí houve toda uma nova articulação e negociação até que enfim o ônibus foi disponibilizado, neste momento alguns colegas que estavam esperando em localidades entre Poço Verde e Simão Dias desistiram, pois estavam sem comunicação e acharam que não iríamos mais, com isso o grupo do Pólo de Poço Verde se reduziu para apenas 14 estudantes.

Chegamos a Laranjeiras às 10h20min, infelizmente o professor já tinha saído para o primeiro local de visita com os alunos que chegaram mais cedo, já que esta era uma excursão que envolveu todos os pólos a distancia da UFS. Tudo bem, ao pararmos em frente à rodoviária logo ao fundo iniciava a feira, e justo hoje é dia da feira que acontece no mesmo lugar a mais de 200 anos, sentimos a primeira sensação de estarmos dentro da história, voltamos para o ônibus e após pedir informações ao administrador do terminal rodoviário no dirigimos a Igreja Nossa Senhora da Conceição de Comandaroba

onde estava o professor com os outros alunos, lá chegando estava acontecendo um seminário sobre a história de Laranjeiras apresentado pelos alunos do curso presencial de história, eles falaram do povoamento de Laranjeiras, até o período em que foi emancipada a cidade, dos seus altos e baixos, ou seja, sua ascensão e sua decadência, a cogitação de ser a capital da província e os motivos pelo qual não foi, um pouco dos principais acontecimentos ou fatos históricos que nos faz compreender a história de Laranjeiras, pena que já chegamos ao final da apresentação.

Depois deste momento voltamos para o centro, isto já era mais de meio dia, fomos almoçar e ficou combinado de nos encontrarmos as 14h00min em frente à igreja matriz na Praça Coronel José de Faro.
Para quem está de frente a Igreja Matriz do lado direito ao fundo encontra-se o Museu de Arte Sacra,
do lado esquerdo logo a frente está a delegacia de polícia militar,
em toda Praça Coronel José de Faro encontramos vários outros componentes da arquitetura do açúcar em Laranjeiras, e outros que preservaram características da época, inclusive bem ao fundo na parte baixa da praça encontramos alguns em situação de ruínas, felizmente alguns em processo de recuperação,
às 14h00min como o combinado o Prof. Lindvaldo, reuniu todos na praça e deu continuidade a programação da aula prática do dia.
Laranjeiras representa um símbolo de toda região do Contiguiba que viveu um período de grande desenvolvimento tendo como base a economia açucareira. Antes de se tornar Vila Laranjeiras pertencia a Freguesia de Socorro, pelo seu desenvolvimento foi elevada a Vila, a Freguesia de Socorro se sentiu inferiorizada e pediu a separação. Falando da cidade, nos falou que a igreja matriz estava localizada ali justamente por que tinha que ficar afastada um pouco do principal centro de atividades da Vila, que ficava na parte mais baixa, desta forma não atrapalharia as atividades e festas religiosas, nos convidou justamente para irmos onde foi, no período do seu esplendor, o coração da vila, pois na parte baixa, próximo ao rio se localizava o trapiche, hoje centro de tradições de Laranjeiras, local onde era descarregado pelos negros o açúcar vindo dos engenhos e de lá embarcado para o porto de Salvador, ali também acontecia a feira, aliás, acontece até hoje, ele lembrou que a feira era onde acontecia o desfile de todas as classes da sociedade açucareira, desde o escravo, os mestiços, os senhores de engenho, enfim, todos vinham vender, comprar, mas também atualizar as informações dos acontecimentos do dia a dia.


Os senhores de engenhos normalmente não residiam na Vila, mas tinham suas casas de veraneio para os dias de feira, de festas religiosas, etc., podemos constatar isto ao vermos os casarões da elite açucareira da época, como o casarão dos Rolenberges, que por sinal está em processo de recuperação.

Por falar em recuperação, vimos que os prédios deste conjunto do centro antigo de Laranjeras estão mais preservados, ou recuperados, dentre este conjunto encontramos o mercado municipal, o prédio que hoje é o campus da UFS, a biblioteca, entre outros.

Deste conjunto histórico gostaria de falar também do calçamento, ou seja, da pavimentação da via, pois parte preserva sua pavimentação original, com pedras de variadas formas e tamanhos, extraídas na própria região, outras partes principalmente por onde passam os veículos a pavimentação atual é de paralelepípedo, segundo o prof. Lindvaldo foi um dos prefeitos da cidade que mandou substituir, ficamos tristes por perceber que infelizmente, muitos administradores, políticos, entre outras autoridades, não tem consciência do valor histórico de determinados elementos da história que tem que ser preservado, e eles que tem o poder para contribuir para isto, também tem o poder de infelizmente destruir, deixar destruir-se ou que destruam partes da história de um povo, uma vez que são vários maus exemplos que podemos constatar.

Continuação no post Relatório Laranjeiras II


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