segunda-feira, 30 de maio de 2011

Relatório Laranjeiras II

Depois deste momento seguimos para outro lado da cidade,


passando por um calçadão onde se encontra vários casarões, em um destes está a atual Câmara de vereadores,


continuando a caminhada atravessamos a parte baixa da praça da Matriz mais uma vez e seguindo por uma rua estreita que não conseguimos ver o nome, paramos em frente a Igreja Presbiteriana, “Templo da 1ª Igreja Evangelica Presbyteriana de Sergipe Organizada em 1884”,











assim está escrito em sua fachada, isto leva-nos a fazer várias reflexões, uma delas é a importância que Laranjeiras tinha nesta época, uma vez que as representações evangélicas no Brasil nesta período estavam em poucas localidades, outra reflexão é que o poder e controle da igreja católica já não era absoluto, e a sociedade açucareira começou a reagir diante de determinadas posturas da igreja católica, uma observação também é que está situada em uma rua que concentra vários casarões da elite local da época. Continuando a caminhada pela rua chegamos a um casarão onde hoje funciona o Colégio Estadual Professora Zizinha Guimarães,


esta professora foi responsável pela educação de grande parte dos filhos da elite de Laranjeiras. Mais à frente encontramos o Museu Afro Brasileiro,











 infelizmente por conta do tempo não deu para entrar, continuando chegamos a uma praça com um jardim bastante necessitado de cuidados, nesta praça está localizada as ruínas do hospital da época de gloria do açúcar,


 inclusive, segundo o seminário apresentado na igreja de Comandaroba, este hospital foi muito importante e moderno para o seu tempo, ao lado era a casa maçônica, que está ainda mais ou menos preservada.











Com o fundo para esta praça está a Igreja do Galo, veja na foto que em segundo plano encima do morro avistamos uma outra igreja,











em frente a outra praça e bem em frente a igreja do outro lado da praça está outra ruína, esta, do teatro onde muito se apresentou e vivenciou a cultura da época, nos espaços destas praças também atualmente acontecem os encontros culturais de Laranjeiras.











Da pra notar que Laranjeiras é uma cidade rodeada de morros, e que em alguns destes vemos igrejas ou cruzeiros, isto indica a presença constante das pessoas nestes morros ou lugares elevados, podendo-se concluir que um dos motivos para a escolha de lugares com elevações e morros para se construir um vila era sempre estar vigilante, pois era um tempo de conflitos.
O terceiro momento da excursão foi a visita ao Engenho Pedras no município de Maruim, mas antes passamos em Santo Amaro das Brotas, onde foi apresentado o seminário: “Séculos de Colonização, Santo Amaro das Brotas”. Não muito diferente das outras hoje cidades, naquela época, Arraial, Freguesia e Vilas, segundo os apresentadores do seminário que eram três alunos do curso presencial de história da UFS, Santo Amaro das Brotas começou com uma ação da Coroa portuguesa em conjunto com a Igreja católica, onde a primeira iniciativa era a igreja autorizar a criação do Arraial, isto feito construía-se a capela, a partir dai iniciava o povoamento, a doação das sesmarias era o modo de ocupar a localidade e iniciar as atividades produtivas ou exploradoras, a presença do padre era fundamental para a realização das atividades religiosas entre outros acontecimentos, como a catequização ou submissão dos índios aos exploradores. A região de Santo Amaro era ocupada pelos índios tupinambás. Hoje infelizmente o que Santo Amaro preserva da sua época de glória é muito pouco, a arquitetura da cidade foi totalmente alterada, só vimos três edificações com características original da época, a Igreja Matriz,


um prédio que fica ao lado da escola estadual, escola esta que no passado foi a cadeia pública,


no entanto muito descaracterizado atualmente e um prédio que de dentro do ônibus em que estávamos não deu para ver direito, mas pareceu uma igreja, que também não está bem cuidada, claro que nos só entramos e saímos, mas a primeira impressão que tivemos foi esta. Ou seja, assim como os engenhos, que chegaram a um número de 40 em Santo Amaro das Brotas e hoje não se tem nenhum preservado para poder ajudar a contar e provar sua história, parece-nos que grande parte de seu patrimônio histórico se perdeu no tempo.

De Santo Amaro das Brotas fomos para o Engenho Pedras, aonde já chegamos bem à tardinha, lá também foi apresentado um seminário com o tema: “O Engenho Pedras”, o mesmo foi apresentado mais uma vez por alunos do curso presencial de história da UFS, iniciamos o seminário dentro da capela do engenho, diga-se de passagem, que pareceu a estrutura mais preservada do complexo que compunha o engenho. O Engenho Pedras pertencia à família dos Rolembergs, que durante a prosperidade do açúcar cresceu muito e é tido como o maior e mais importante engenho que Sergipe teve, seus proprietários ostentavam poder e a Casa-grande foi feita no modelo do palácio do governo do Estado de Sergipe, uma construção enorme e esplendorosa, este engenho foi passando pelas gerações da família e chegou a entrar em crise no período da crise do açúcar entre 1850 e 1860, mas também pelas sucessões de seus donos que nem sempre foram competentes para tocar os negócios, no início do século XX o proprietário que o recebeu por Herança, Gonçalo Rolemberg, investiu e foi um período de florescimento que continuou até o início da segunda metade do século, com inovações técnicas que o seu filho fez para modernizá-lo. A partir dos anos 70 do século XX, quando a família Franco adquire o engenho o mesmo entra no período de decadência, os equipamentos de moagem da cana são transferidos para outro engenho e todo o conjunto que compõem a estrutura e arquitetura do engenho e abandonado. Hoje vemos tudo em ruínas, a casa-grande principalmente, além da estrutura de fabricação do açúcar em si que já foi totalmente destruída, ainda vemos as casas que foram as senzalas, as casas dos trabalhadores livres entre outras estruturas que compunha o complexo do engenho pedras. É triste constatar que um dos elementos mais importante da economia da Contiguiba e de Sergipe, do patrimônio histórico de Sergipe e do Brasil, esteja sendo tratado desta forma justamente pelos que podiam ajudar a resgatar e preservar a história, os políticos dos quais fazem parte a família hoje proprietária do engenho pedras. Aqui fica o nosso protesto. Neste trecho do relatório não tem fotos pois os proprietários não permitem fotografias.

Assim termina nosso dia de campo com esta excursão que só não foi melhor por que um dia é muito pouco para se conhecer e aprender sobre tantos anos de história, parabéns ao professor Antonio Lindvaldo e a tutora Maria José pela iniciativa e obrigado pela oportunidade.

Rosalvo Peixinho da Cruz
Matrícula: 07201192


 
Dalila Torres de Souza
Matrícula: 07201205

Relatório Laranjeiras I

A excursão inicia quando saímos de casa no município de Heliópolis às 05h00min, chegamos a Poço Verde e infelizmente tivemos o contratempo de esperar até as 07h50min tentando resolver um problema com o transporte que foi conseguido junto à prefeitura, mas que não apareceu na hora combinada, ou seja, às 06h15min, daí houve toda uma nova articulação e negociação até que enfim o ônibus foi disponibilizado, neste momento alguns colegas que estavam esperando em localidades entre Poço Verde e Simão Dias desistiram, pois estavam sem comunicação e acharam que não iríamos mais, com isso o grupo do Pólo de Poço Verde se reduziu para apenas 14 estudantes.

Chegamos a Laranjeiras às 10h20min, infelizmente o professor já tinha saído para o primeiro local de visita com os alunos que chegaram mais cedo, já que esta era uma excursão que envolveu todos os pólos a distancia da UFS. Tudo bem, ao pararmos em frente à rodoviária logo ao fundo iniciava a feira, e justo hoje é dia da feira que acontece no mesmo lugar a mais de 200 anos, sentimos a primeira sensação de estarmos dentro da história, voltamos para o ônibus e após pedir informações ao administrador do terminal rodoviário no dirigimos a Igreja Nossa Senhora da Conceição de Comandaroba

onde estava o professor com os outros alunos, lá chegando estava acontecendo um seminário sobre a história de Laranjeiras apresentado pelos alunos do curso presencial de história, eles falaram do povoamento de Laranjeiras, até o período em que foi emancipada a cidade, dos seus altos e baixos, ou seja, sua ascensão e sua decadência, a cogitação de ser a capital da província e os motivos pelo qual não foi, um pouco dos principais acontecimentos ou fatos históricos que nos faz compreender a história de Laranjeiras, pena que já chegamos ao final da apresentação.

Depois deste momento voltamos para o centro, isto já era mais de meio dia, fomos almoçar e ficou combinado de nos encontrarmos as 14h00min em frente à igreja matriz na Praça Coronel José de Faro.
Para quem está de frente a Igreja Matriz do lado direito ao fundo encontra-se o Museu de Arte Sacra,
do lado esquerdo logo a frente está a delegacia de polícia militar,
em toda Praça Coronel José de Faro encontramos vários outros componentes da arquitetura do açúcar em Laranjeiras, e outros que preservaram características da época, inclusive bem ao fundo na parte baixa da praça encontramos alguns em situação de ruínas, felizmente alguns em processo de recuperação,
às 14h00min como o combinado o Prof. Lindvaldo, reuniu todos na praça e deu continuidade a programação da aula prática do dia.
Laranjeiras representa um símbolo de toda região do Contiguiba que viveu um período de grande desenvolvimento tendo como base a economia açucareira. Antes de se tornar Vila Laranjeiras pertencia a Freguesia de Socorro, pelo seu desenvolvimento foi elevada a Vila, a Freguesia de Socorro se sentiu inferiorizada e pediu a separação. Falando da cidade, nos falou que a igreja matriz estava localizada ali justamente por que tinha que ficar afastada um pouco do principal centro de atividades da Vila, que ficava na parte mais baixa, desta forma não atrapalharia as atividades e festas religiosas, nos convidou justamente para irmos onde foi, no período do seu esplendor, o coração da vila, pois na parte baixa, próximo ao rio se localizava o trapiche, hoje centro de tradições de Laranjeiras, local onde era descarregado pelos negros o açúcar vindo dos engenhos e de lá embarcado para o porto de Salvador, ali também acontecia a feira, aliás, acontece até hoje, ele lembrou que a feira era onde acontecia o desfile de todas as classes da sociedade açucareira, desde o escravo, os mestiços, os senhores de engenho, enfim, todos vinham vender, comprar, mas também atualizar as informações dos acontecimentos do dia a dia.


Os senhores de engenhos normalmente não residiam na Vila, mas tinham suas casas de veraneio para os dias de feira, de festas religiosas, etc., podemos constatar isto ao vermos os casarões da elite açucareira da época, como o casarão dos Rolenberges, que por sinal está em processo de recuperação.

Por falar em recuperação, vimos que os prédios deste conjunto do centro antigo de Laranjeras estão mais preservados, ou recuperados, dentre este conjunto encontramos o mercado municipal, o prédio que hoje é o campus da UFS, a biblioteca, entre outros.

Deste conjunto histórico gostaria de falar também do calçamento, ou seja, da pavimentação da via, pois parte preserva sua pavimentação original, com pedras de variadas formas e tamanhos, extraídas na própria região, outras partes principalmente por onde passam os veículos a pavimentação atual é de paralelepípedo, segundo o prof. Lindvaldo foi um dos prefeitos da cidade que mandou substituir, ficamos tristes por perceber que infelizmente, muitos administradores, políticos, entre outras autoridades, não tem consciência do valor histórico de determinados elementos da história que tem que ser preservado, e eles que tem o poder para contribuir para isto, também tem o poder de infelizmente destruir, deixar destruir-se ou que destruam partes da história de um povo, uma vez que são vários maus exemplos que podemos constatar.

Continuação no post Relatório Laranjeiras II


Fotos da Excursão à Laranjeiras














Conhecendo Sergipe

Quem lê o título deste blog deve estar se perguntando o porquê desta frase, pois, provavelmente, a maioria das pessoas que lerão os posts deste blog ou já ouviram falar em Aracaju ou já foram lá ou em outras cidades de Sergipe, ou até mesmo, moram no estado sergipano. Pois bem, eu e meu colega Roasalvo Peixinho conhecemos Aracaju e algumas cidades de Sergipe a muito tempo, porém nunca havíamos pensado em Sergipe como um Estado grandioso, mas sim como uma aglomeração de cidades que ficavam próximas umas das outras. 
A viagem que fizemos à Laranjeiras, que passou por várias outras cidades de Sergipe como: São Domingos, Itabaiana, Areia Branca, Laranjeiras, Maruim e Santo Amaro das Brotas. Nos mostrou um Sergipe que não conhecíamos, um Estado com sua própria história e seus encantos. É sobre essa nossa "descoberta" de Sergipe que falaremos aqui neste blog, espero que vocês também possam contribuir com suas experiências e comentários sobre esse Estado tão grandioso que se chama Sergipe.