quarta-feira, 22 de junho de 2011

Relatório da excursão Aracaju


Relatório da excursão da aula prática apresentado ao professor Antonio Lindvaldo da Disciplina de História de Sergipe II, como atividade a distancia 2 do semestre 2011.1, realizada em 18 de junho de 2011, em Aracaju, no Bairro Industrial e no Cemitério dos Náufragos.
Discentes:
Rosalvo Peixinho da Cruz
Matrícula: 07201192













Ângelo Moisés Tavares Reis
Matrícula: 07201804













Saímos de Poço Verde às 06h40min, com destino a Aracaju, a caravana do pólo de Poço Verde era composta de 12(doze) estudantes, chegamos ao mercado municipal às 09h40min, este que era o local de encontro com o professor e os alunos dos outros pólos, infelizmente por conta do atraso, uma vez que o horário combinado seria às 09h, não encontramos mais ninguém, ficamos desesperados, principalmente depois que tentamos ligar para a tutora Maria José e a mesma não atendia, depois de várias tentativas sem sucesso decidimos ir para o Bairro Industrial assim mesmo, já que nosso primeiro ponto de discussão seria lá, mas ao passarmos por vários pontos sem encontrar com o professor decidimos ir para a igreja de Santo Antônio, inclusive antes de chegarmos lá passamos em frente à sede do Clube de Futebol Confiança, que é um tradicional clube de Sergipe, que surgiu no período do projeto modernizador de Aracaju como forma de entretenimento e lazer.
Ao chegarmos a Igrejinha de Santo Antonio, descobrimos algo muito interessante, pois foi possível ver que foi justamente ali na Colina de Santo António no Povoado de Santo Antonio do Aracaju.

   

Aqui nasce a capital sergipana, no dia 02 de março de 1855, foi celebrada a missa histórica votiva ao Espírito Santo, por ocasião da abertura da Assembléia Provincial que faria no dia 17 do mesmo mês e ano, pela resolução de número 413 do presidente Inácio Joaquim Barbosa a mudança da capital de São Cristóvão para o Povoado de Santo Antonio do Aracaju, elevado à categoria de cidade no mesmo ato. Isto é o que está escrito em uma placa na entrada da igreja.

Outra coisa também interessante para nosso estudo sobre a capital sergipana é que da frente da igreja é possível ver duas faces da cidade, a esquerda está o Bairro Industrial mostrando um aspecto mias simples, com casas residenciais, galpões, inclusive alguns com chaminés, lembrando justamente a origem do Bairro, e uma imponente ponte sobre o rio Sergipe.

Do lado mais a direita temos uma vista que mostra o avanço imobiliário e o desenvolvimento a que chegou a cidade com a modernidade atual.

Após as descobertas e fotografias fomos para a praça logo ao fundo da igreja de Santo Antônio, e, pensávamos em algum roteiro para visita a outros pontos uma vez que não tínhamos mais como encontrar o professor pelo menos até o almoço., de repente o colega Junior consegue contato com a tutora Maria José que nos deu sua localização.




Dirigimos-nos para debaixo da ponte que liga o Bairro Industrial à Barra dos Coqueiros, onde estavam todos, e nos juntamos a eles. Quando encontramos os professores, Antonio Lindvaldo e Luiz Antonio eles falavam da postura da elite com relação à Aracaju, com seu discurso de modernidade ou de cidade moderna que a mesma deveria ser, os defensores deste projeto usavam a seguinte metáfora: “Como uma ave branca que voa dos pântanos para o azul”. Com esta ânsia de fazer e transmitir a imagem de modernidade vai soterrando literalmente seu passado, desbastando os morros e aterrando os alagados, as populações que ali residiam eram expulsas, como pescadores, agricultores, em fim todos viram suas vidas e seus espaços transformados, as rotinas de pescadores e agricultores transformados agora em vida de operários nas fábricas que se instalavam.
O Professor Lindvaldo lembra que o discurso modernizador nega a existência de um passado e quer construir Aracajú como um símbolo de modernidade com grandes heróis como Tobias Barreto, Fausto Cardoso, Inácio Barbosa, etc., é assim que foi e continua sendo contada pela elite e sendo aceita pala sociedade sergipana, mas é preciso mostrar que existe outra história, pode-se citar como exemplo a população que vivia no Morro do Bonfim que foram expulsas, e, colocaram o morro abaixo e junto foi soterrado a memória cultural das pessoas que ali viviam, a exemplo podemos citar as rodas de capoeira, as rodas de sambas, os batuques, as “feiticeiras”, os vendedores de garrafadas, entre outros manifestações. O professor lembra que apostar no novo não nos dar segurança, nem apenas isto é sinônimo de grandeza, a cidade é grande porque tem passado e não apenas porque tem pessoas, é necessário ter pessoas com seus valores e não apenas prédios modernos habitados por pessoas sem memórias, sem histórias.





O Bairro Industrial, que foi um dos núcleos principais na formação de Aracaju, era antes de se instalarem as indústria de tecidos e a aglomeração de trabalhadores uma área ocupada com casarões de veraneio da elite que se instalara em Aracaju para se usufruir e contribuir com o projeto modernizador, como ainda hoje pode-se encontrar casarões da época. À medida que a região foi sendo ocupada pelas fábricas e pelos trabalhadores e a bela paisagem foi sendo alterada, a elite foi abandonando a área como local de descanso e lazer. Assim como os antigos casarões, também ainda estão presente galpões das antigas fabricas. Aproveito para ressaltar que aqui acontece uma contradição do projeto modernizador, enquanto que Aracaju tinha que apresentar uma imagem de modernidade, no entanto até meados de 1920, os problemas estruturais e sociais eram muitas, ocupações desordenadas do espaço, moradias precárias, sem saneamento, gerando vários problemas de saúde, alto índices de mortalidade infantil, nas fábricas péssimas condições de trabalho e baixos salários.
Outro problema levantado foi as questões relacionadas à ordem pública, não apenas em Aracaju mas em todo estado sergipano. As comarcas não funcionavam por causa da jurisprudência, as cadeias tinham aspectos precários sem qualquer segurança pra manter alguém preso, os policiais eram mal preparados, e que não estavam para defender a população, mas, sim as fazendas, estes que por sua vez eram escolhidos pelos coronéis. Algo a ser ressaltado é que a população pobre temia a polícia devido às ações desta com relação à classe pobre; Com isso, pode-se afirmar que a polícia colaborou muito com o processo modernizador coibindo as ações da classe pobre. Os presidentes alegavam falta de recursos para ampliação do efetivo policial.
As 11h30min. Os professores nos convidaram para o retorno ao mercado, no trajeto mostraram alguns dos aspectos da arquitetura antiga conforme eles tinham mencionado nas suas falas anteriormente, como os casarões, os galpões das fábricas e as casas residenciais. Ao chegarmos ao mercado o professor Lindvaldo nos orientou que ficássemos a vontade para almoçar e que nos encontraríamos as 14:00horas na parte das ervas.



Após o almoço ao visitarmos as áreas do Mercado municipal, percebemos que o Mercado Municipal de Aracajú não é apenas um Mercado, mas, três. Sendo o primeiro o Mercado Antônio Franco tendo início sua construção em 1824 e concluídas em 1826, construído em estilo eclético é um dos mais expressivos exemplares da arquitetura de mercados preservados do país.






 Com o crescimento da capital o mercado Antônio Franco não comportava mais o movimento da feira de Aracajú foi aí que na década de 40 foi construído um mercado auxiliar, com um estilo Neocolonial e singelo o Thales Ferraz é também um expressivo exemplar da arquitetura de mercados preservados do país.





Entre os mercados Thales Ferraz e o Mercado Governador Albano Franco está localizada a praça de eventos onde são realizados todos os anos a mais tradicional festa junina do estado de Sergipe. Nestes mercados encontram-se a venda desde artesanatos, comidas típicas da região, ervas, flores, carnes, animais, dentre tantas outras diversidades.






As 14h00min todos juntos novamente saímos em direção a orla, chegamos a um ponto que não deu mais para avançar de veículo, pois a pista esta interdita pelo fato de que o oceano está invadindo esta área e destruiu a pista. Ali fizemos uma parada e o professor Luiz nos falou de um episódio pelo qual passou o povo sergipano por ocasião da segunda guerra mundial. O fato é que três navios brasileiros foram torpedeados por submarinos alemães no litoral sergipano, mais especificamente entre Estância e Aracaju, naquele período os corpos e vários objetos eram trazidos pelas marés até a praia, em toda esta extensão a maior parte dos corpos chegavam em estado de decomposição, muitos corpos não puderam ser identificados, e grande parte desse corpos foram sepultados em covas comuns, individuais ou coletivas ao lado da praia. Esta situação gerava um sentimento de medo e apreensão muito grande na população aracajuana, no entanto, parte da população pobre ia à praia para retirar dos corpos os objetos de valor, e outros pertences e objetos das cargas dos navios que as águas do oceano trazia. Estas atitudes resultaram em versos e ditos populares em que chamavam as pessoas que usavam estes objetos de “malafogados”.
 Em seguida nos dirigimos ao cemitério dos Navios Náufragos dos navios mercantis Baependi, Araraquara e Aníbal Benévolo, chegando constatamos que o cemitério em 1972, ou seja, as mortes foram na década de 40 e só algumas décadas depois foi construído este cemitério pela marinha e pelo estado, durante o período da ditadura militar com o objetivo de manter viva a memória deste episódio que mexeu com o sentimento de nacionalidade, e, o governo militar queria exaltar este sentimento nos brasileiros.







As 16h15min. O professor agradeceu a todos e deu como encerrado este dia de aula prática, momento em que todos embarcaram de volta para suas localidades.






segunda-feira, 30 de maio de 2011

Relatório Laranjeiras II

Depois deste momento seguimos para outro lado da cidade,


passando por um calçadão onde se encontra vários casarões, em um destes está a atual Câmara de vereadores,


continuando a caminhada atravessamos a parte baixa da praça da Matriz mais uma vez e seguindo por uma rua estreita que não conseguimos ver o nome, paramos em frente a Igreja Presbiteriana, “Templo da 1ª Igreja Evangelica Presbyteriana de Sergipe Organizada em 1884”,











assim está escrito em sua fachada, isto leva-nos a fazer várias reflexões, uma delas é a importância que Laranjeiras tinha nesta época, uma vez que as representações evangélicas no Brasil nesta período estavam em poucas localidades, outra reflexão é que o poder e controle da igreja católica já não era absoluto, e a sociedade açucareira começou a reagir diante de determinadas posturas da igreja católica, uma observação também é que está situada em uma rua que concentra vários casarões da elite local da época. Continuando a caminhada pela rua chegamos a um casarão onde hoje funciona o Colégio Estadual Professora Zizinha Guimarães,


esta professora foi responsável pela educação de grande parte dos filhos da elite de Laranjeiras. Mais à frente encontramos o Museu Afro Brasileiro,











 infelizmente por conta do tempo não deu para entrar, continuando chegamos a uma praça com um jardim bastante necessitado de cuidados, nesta praça está localizada as ruínas do hospital da época de gloria do açúcar,


 inclusive, segundo o seminário apresentado na igreja de Comandaroba, este hospital foi muito importante e moderno para o seu tempo, ao lado era a casa maçônica, que está ainda mais ou menos preservada.











Com o fundo para esta praça está a Igreja do Galo, veja na foto que em segundo plano encima do morro avistamos uma outra igreja,











em frente a outra praça e bem em frente a igreja do outro lado da praça está outra ruína, esta, do teatro onde muito se apresentou e vivenciou a cultura da época, nos espaços destas praças também atualmente acontecem os encontros culturais de Laranjeiras.











Da pra notar que Laranjeiras é uma cidade rodeada de morros, e que em alguns destes vemos igrejas ou cruzeiros, isto indica a presença constante das pessoas nestes morros ou lugares elevados, podendo-se concluir que um dos motivos para a escolha de lugares com elevações e morros para se construir um vila era sempre estar vigilante, pois era um tempo de conflitos.
O terceiro momento da excursão foi a visita ao Engenho Pedras no município de Maruim, mas antes passamos em Santo Amaro das Brotas, onde foi apresentado o seminário: “Séculos de Colonização, Santo Amaro das Brotas”. Não muito diferente das outras hoje cidades, naquela época, Arraial, Freguesia e Vilas, segundo os apresentadores do seminário que eram três alunos do curso presencial de história da UFS, Santo Amaro das Brotas começou com uma ação da Coroa portuguesa em conjunto com a Igreja católica, onde a primeira iniciativa era a igreja autorizar a criação do Arraial, isto feito construía-se a capela, a partir dai iniciava o povoamento, a doação das sesmarias era o modo de ocupar a localidade e iniciar as atividades produtivas ou exploradoras, a presença do padre era fundamental para a realização das atividades religiosas entre outros acontecimentos, como a catequização ou submissão dos índios aos exploradores. A região de Santo Amaro era ocupada pelos índios tupinambás. Hoje infelizmente o que Santo Amaro preserva da sua época de glória é muito pouco, a arquitetura da cidade foi totalmente alterada, só vimos três edificações com características original da época, a Igreja Matriz,


um prédio que fica ao lado da escola estadual, escola esta que no passado foi a cadeia pública,


no entanto muito descaracterizado atualmente e um prédio que de dentro do ônibus em que estávamos não deu para ver direito, mas pareceu uma igreja, que também não está bem cuidada, claro que nos só entramos e saímos, mas a primeira impressão que tivemos foi esta. Ou seja, assim como os engenhos, que chegaram a um número de 40 em Santo Amaro das Brotas e hoje não se tem nenhum preservado para poder ajudar a contar e provar sua história, parece-nos que grande parte de seu patrimônio histórico se perdeu no tempo.

De Santo Amaro das Brotas fomos para o Engenho Pedras, aonde já chegamos bem à tardinha, lá também foi apresentado um seminário com o tema: “O Engenho Pedras”, o mesmo foi apresentado mais uma vez por alunos do curso presencial de história da UFS, iniciamos o seminário dentro da capela do engenho, diga-se de passagem, que pareceu a estrutura mais preservada do complexo que compunha o engenho. O Engenho Pedras pertencia à família dos Rolembergs, que durante a prosperidade do açúcar cresceu muito e é tido como o maior e mais importante engenho que Sergipe teve, seus proprietários ostentavam poder e a Casa-grande foi feita no modelo do palácio do governo do Estado de Sergipe, uma construção enorme e esplendorosa, este engenho foi passando pelas gerações da família e chegou a entrar em crise no período da crise do açúcar entre 1850 e 1860, mas também pelas sucessões de seus donos que nem sempre foram competentes para tocar os negócios, no início do século XX o proprietário que o recebeu por Herança, Gonçalo Rolemberg, investiu e foi um período de florescimento que continuou até o início da segunda metade do século, com inovações técnicas que o seu filho fez para modernizá-lo. A partir dos anos 70 do século XX, quando a família Franco adquire o engenho o mesmo entra no período de decadência, os equipamentos de moagem da cana são transferidos para outro engenho e todo o conjunto que compõem a estrutura e arquitetura do engenho e abandonado. Hoje vemos tudo em ruínas, a casa-grande principalmente, além da estrutura de fabricação do açúcar em si que já foi totalmente destruída, ainda vemos as casas que foram as senzalas, as casas dos trabalhadores livres entre outras estruturas que compunha o complexo do engenho pedras. É triste constatar que um dos elementos mais importante da economia da Contiguiba e de Sergipe, do patrimônio histórico de Sergipe e do Brasil, esteja sendo tratado desta forma justamente pelos que podiam ajudar a resgatar e preservar a história, os políticos dos quais fazem parte a família hoje proprietária do engenho pedras. Aqui fica o nosso protesto. Neste trecho do relatório não tem fotos pois os proprietários não permitem fotografias.

Assim termina nosso dia de campo com esta excursão que só não foi melhor por que um dia é muito pouco para se conhecer e aprender sobre tantos anos de história, parabéns ao professor Antonio Lindvaldo e a tutora Maria José pela iniciativa e obrigado pela oportunidade.

Rosalvo Peixinho da Cruz
Matrícula: 07201192


 
Dalila Torres de Souza
Matrícula: 07201205

Relatório Laranjeiras I

A excursão inicia quando saímos de casa no município de Heliópolis às 05h00min, chegamos a Poço Verde e infelizmente tivemos o contratempo de esperar até as 07h50min tentando resolver um problema com o transporte que foi conseguido junto à prefeitura, mas que não apareceu na hora combinada, ou seja, às 06h15min, daí houve toda uma nova articulação e negociação até que enfim o ônibus foi disponibilizado, neste momento alguns colegas que estavam esperando em localidades entre Poço Verde e Simão Dias desistiram, pois estavam sem comunicação e acharam que não iríamos mais, com isso o grupo do Pólo de Poço Verde se reduziu para apenas 14 estudantes.

Chegamos a Laranjeiras às 10h20min, infelizmente o professor já tinha saído para o primeiro local de visita com os alunos que chegaram mais cedo, já que esta era uma excursão que envolveu todos os pólos a distancia da UFS. Tudo bem, ao pararmos em frente à rodoviária logo ao fundo iniciava a feira, e justo hoje é dia da feira que acontece no mesmo lugar a mais de 200 anos, sentimos a primeira sensação de estarmos dentro da história, voltamos para o ônibus e após pedir informações ao administrador do terminal rodoviário no dirigimos a Igreja Nossa Senhora da Conceição de Comandaroba

onde estava o professor com os outros alunos, lá chegando estava acontecendo um seminário sobre a história de Laranjeiras apresentado pelos alunos do curso presencial de história, eles falaram do povoamento de Laranjeiras, até o período em que foi emancipada a cidade, dos seus altos e baixos, ou seja, sua ascensão e sua decadência, a cogitação de ser a capital da província e os motivos pelo qual não foi, um pouco dos principais acontecimentos ou fatos históricos que nos faz compreender a história de Laranjeiras, pena que já chegamos ao final da apresentação.

Depois deste momento voltamos para o centro, isto já era mais de meio dia, fomos almoçar e ficou combinado de nos encontrarmos as 14h00min em frente à igreja matriz na Praça Coronel José de Faro.
Para quem está de frente a Igreja Matriz do lado direito ao fundo encontra-se o Museu de Arte Sacra,
do lado esquerdo logo a frente está a delegacia de polícia militar,
em toda Praça Coronel José de Faro encontramos vários outros componentes da arquitetura do açúcar em Laranjeiras, e outros que preservaram características da época, inclusive bem ao fundo na parte baixa da praça encontramos alguns em situação de ruínas, felizmente alguns em processo de recuperação,
às 14h00min como o combinado o Prof. Lindvaldo, reuniu todos na praça e deu continuidade a programação da aula prática do dia.
Laranjeiras representa um símbolo de toda região do Contiguiba que viveu um período de grande desenvolvimento tendo como base a economia açucareira. Antes de se tornar Vila Laranjeiras pertencia a Freguesia de Socorro, pelo seu desenvolvimento foi elevada a Vila, a Freguesia de Socorro se sentiu inferiorizada e pediu a separação. Falando da cidade, nos falou que a igreja matriz estava localizada ali justamente por que tinha que ficar afastada um pouco do principal centro de atividades da Vila, que ficava na parte mais baixa, desta forma não atrapalharia as atividades e festas religiosas, nos convidou justamente para irmos onde foi, no período do seu esplendor, o coração da vila, pois na parte baixa, próximo ao rio se localizava o trapiche, hoje centro de tradições de Laranjeiras, local onde era descarregado pelos negros o açúcar vindo dos engenhos e de lá embarcado para o porto de Salvador, ali também acontecia a feira, aliás, acontece até hoje, ele lembrou que a feira era onde acontecia o desfile de todas as classes da sociedade açucareira, desde o escravo, os mestiços, os senhores de engenho, enfim, todos vinham vender, comprar, mas também atualizar as informações dos acontecimentos do dia a dia.


Os senhores de engenhos normalmente não residiam na Vila, mas tinham suas casas de veraneio para os dias de feira, de festas religiosas, etc., podemos constatar isto ao vermos os casarões da elite açucareira da época, como o casarão dos Rolenberges, que por sinal está em processo de recuperação.

Por falar em recuperação, vimos que os prédios deste conjunto do centro antigo de Laranjeras estão mais preservados, ou recuperados, dentre este conjunto encontramos o mercado municipal, o prédio que hoje é o campus da UFS, a biblioteca, entre outros.

Deste conjunto histórico gostaria de falar também do calçamento, ou seja, da pavimentação da via, pois parte preserva sua pavimentação original, com pedras de variadas formas e tamanhos, extraídas na própria região, outras partes principalmente por onde passam os veículos a pavimentação atual é de paralelepípedo, segundo o prof. Lindvaldo foi um dos prefeitos da cidade que mandou substituir, ficamos tristes por perceber que infelizmente, muitos administradores, políticos, entre outras autoridades, não tem consciência do valor histórico de determinados elementos da história que tem que ser preservado, e eles que tem o poder para contribuir para isto, também tem o poder de infelizmente destruir, deixar destruir-se ou que destruam partes da história de um povo, uma vez que são vários maus exemplos que podemos constatar.

Continuação no post Relatório Laranjeiras II